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Soja: Mercado tenta nova recuperação e trabalha do lado positivo nesta 3ª feira em Chicago

Os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago trabalham do lado positivo da tabela nesta manhã de terça-feira (4). Em um movimento de recuperação depois das baixas de ontem, os principais vencimentos da oleaginosa subiam entre 8 e 11,50 pontos, com o novembro/15, referência para a safra americana e o contrato mais negociado no momento, valendo US$ 9,45 por bushel.

As tentativas de recuperação das cotações em dias seguintes à baixas registradas na CBOT tem sido uma constante entre os negócios no futuro norte-americano, confirmando a volatilidade natural desse período em que o mercado é climático diante do acompanhamento da nova safra dos Estados Unidos, como explicam os analistas. E essa característica do mercado se intensifica na medida que se aproxima a chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no próximo dia 12.

Até lá, os traders podem contar com números semanais do reporte de acompanhamento de safras do departamento americano que mostrou, no final da tarde desta segunda-feira (3) apenas uma ligeira melhora nas lavouras do país. O número, após semanas consecutivas de manutenção, subiu 1 ponto percentual – apesar da significativa melhora climática no Corn Belt – passando de 62% para 63% em uma semana.

“O mercado já esperava por isso, já processava esses números. Não é nenhuma surpresa e acredito que o impacto para o mercado será neutro”, disse a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Sousa Cordeiro.

Paralelamente, os investidores ainda observam o andamento do mercado financeiro – com as últimas notícias pesando sobre as commodities de uma forma geral – com foco ainda mais voltado para o dólar, que vem subindo de forma expressiva no Brasil e frente à uma cesta de principais moedas, o que também contribui para um recuo dos preços.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Na sessão desta segunda-feira (3), a primeira de agosto, o mercado da soja fechou em campo negativo na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas da oleaginosa encerraram o dia recuando entre 3,25 e 8,50 pontos depois de um pregão volátil e de baixas ainda mais acentuadas. O contrato novembro/15, referência para a safra 2015/16 dos EUA, encerrou o dia valendo US$ 9,35 por bushel.

O foco dos investidores, segundo explicam analistas, segue mantido nos desdobramentos do mercado financeiro – especialmente na movimentação do dólar diante de uma cesta de principais moedas globais – e, principalmente da nova safra dos Estados Unidos. Dessa forma, um novo dia de alta do dólar frente ao real e demais moedas e condições climáticas mais favoráveis nos Estados Unidos foram os principais motivos de pressão sobre as cotações no mercado futuro americano.

Preços no Brasil

No Brasil, mais uma vez o foco dos negócios esteve sobre o dólar. A moeda norte-americana fechou o dia em R$ 3,4545 e alta de 0,87 e renovou suas máximas em 12 anos. O dólar futuro acompanha e a divisa, para novembro, passou dos R$ 3,50 nesta segunda-feira, também contribuindo para uma melhor formação dos preços da soja no Brasil.

Com esse fator compensando as referência menores em Chicago, no porto de Rio Grande o produto disponível subiu 0,64% para R$ 78,30, enquanto a alta no futuro passou de 1% para R$ 78,70 por saca. Já em Paranaguá, por outro lado, os preços não conseguiram manter sua força e cederam ligeiramente, passando para R$ 76,20 no disponível, com baixa de 1,04% em relação à última sexta-feira (31), e para R$ 75,60 no futuro, recuando 0,13%.

Os negócios, entretanto, ficam mais escassos na medida em que os produtores brasileiros acreditam em novas e melhores oportunidades mais adiante. “No Brasil, o produtor se retrai um pouco com possibilidades de novas altas, aliados a um dólar mais forte. Esse dólar mais forte deixa nossos produtos como milho e soja mais atrativos para o comprador Internacional que não quer correr riscos e já vai garantindo grande parte do que precisa adquirir ao longo do ano”, diz Márcio Genciano.

Fundamentos

Entre os fundamentos, o cenário climático no Meio-Oeste americano ainda é o protagonista entre os traders. O quadro já é mais favorável nesse início de agosto, mês decisivo para a produtividade na cultura da soja, e as especulações sobre o futuro da nova safra dos Estados Unidos crescem e trazem ainda mais volatilidade aos negócios.

Além disso, o mercado aguarda ainda pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega no dia 12 de agosto. A espera é, principalmente, pelos números de área de plantio e produtividade norte-americanos, uma vez que o início da safra sofreu com condições climáticas bastante adversas.

“Em Chicago, os fundos Especulativos começam a ficar mais cautelosos com o relatório do dia 12. Vamos ver, nos próximos dias, movimentos mais técnicos”, acredita o consultor de mercado Márcio Genciano, da MGS Rural.

O final de semana nos EUA foi quente e, de acordo com os últimos mapas climáticos trazidos pelo NOAA, o departamento oficial de clima americano, os próximos sete dias devem ser de temperaturas mais amenas, com algumas tempestades localizadas que poderiam trazer chuvas acima do normal do oeste do Corn Belt ao Vale do Rio Ohio. Já nos períodos dos próximos 6 a 10 e a 8 a 14 dias, as previsões indicam o retorno de um “calor favorável” no oeste da região produtora dos EUA, como mostram os mapas abaixo.

Assim, com previsões mais favoráveis para o Corn Belt, a probabilidade de novos rallies de alta – como os que foram registrados em julho – acabam sendo mais limitadas, como explica o consultor de mercado da Cerealpar, Steve Cachia, em viagem de negócios em Malta, na Europa. “Tem que haver uma mudança drástica no padrão climático e, por enquanto, não há alertas nesse sentido”, diz. “É normal termos um mercado volátil e especulado em momentos de weather market”, completa.

“Embora ainda seja cedo para um balanço completo, algumas ‘forças baixistas’ estão se alinhando sobre os preços da soja, incluindo questões sobre a demanda da China (na última sexta-feira, o USDA anunciouo cancelamento da compra de 200 mil t por parte da nação asiática). Assim, sem um corte na produção dos EUA com uma redução da produtividade ou menor área de plantio (informações a serem divulgadas pelo departamento agrícola no dia 12), o potencial de novos rallies fica limitado”, afirma Bryce Knorr, analista de mercado e editor do site internacional do site internacional Farm Futures.

Entretanto, para Márcio Genciano, esse cancelamento foi mais uma troca de origem diante de um produto de preço mais atrativo na América do Sul. “Poderemos ver, nas próximas semanas, cancelamentos de farelo de soja dos EUA para Argentina”, acredita.

Mercado Financeiro

No financeiro, os investidores receberam a notícia de que a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da Caixin mostrou que a atividade industrial da China caiu mais que o estimado inicialmente em julho, a maior contração em dois anos, com queda em novas encomendas, segundo noticiou a agência Reuters.

“Acreditamos que o pânico no mercado acionário no começo de julho esfriou a atividade econômica, que é o que os PMIs da indústria indicaram”, disse o economista da ING Tim Condon em nota a clientes antes da divulgação do PMI da Caixin.

Na Grécia, o mercado acionário também apresentava baixas significativas e despencava mais de 20% também refletindo vendas fortes por parte dos investidores em um “efeito manada”, ainda de acordo com a Reuters. “Parece que as ações de bancos terão mais espaço para cair na terça-feira antes que as ofertas surjam”, disse o gestor de fundos, que não quis ser identificado. “Vai demorar alguns dias para que o mercado se equilibre”, informou a agência.

Fonte: Notícias Agrícolas

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