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Após números do USDA, mercado da soja opera em campo positivo nesta 3ª na CBOT

O mercado internacional da soja opera em alta na manhã desta terça-feira (16). Com a chegada dos números do boletim de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ontem, os futuros da oleaginosa parecem definir melhor uma direção para as cotações, depois da volatilidade do pregão anterior.

Assim, por volta das 7h40 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 5,50 e 7,50 pontos, com o vencimento novembro/15, referência para a safra americana, valendo US$ 9,11 por bushel.

O boletim mostrou que, por conta do excesso de chuvas no Meio-Oeste americano, o plantio da soja ainda apresenta um ligeiro  atraso em relação à temporada anterior e à média dos últimos cinco anos.

A semeadura da oleaginosa, até 14 de junho, havia sido concluída em 87% da área contra 91% de 2014 nesssa mesma época e de 90% da média plurianual. O USDA informou ainda que 67% das lavouras de soja dos EUA estão em boas ou excelentes condições, contra 69% da semana anterior e 73% do mesmo período do ano passado. Além disso, são 27% das plantações em situação regular e 6% em condições ruins ou muito ruins.

O boletim mostrou também que 75% das lavouras já emergiram, contra 77% de média e 81% do registrado em 2014.

 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Nesta segunda-feira (15), os futuros da soja registraram um início de semana marcado por volatilidade no mercado futuro-norte-americano e fecharam o dia sem uma direção bem definida na Bolsa de Chicago. Com o foco no clima adverso nos EUA, mas o peso do mercado financeiro, vindo principalmente da alta do dólar, os preços não conseguiram se consolidar em uma linha comum nesta segunda-feira.

 

Assim, as duas primeiras posições terminaram os negócios com perdas de 0,75 a 2,25 pontos e o julho/15 valendo US$ 9,37 por bushel. Já o setembro registrou uma ligeira alta de 0,25 ponto e o novembro fechou a sessão estável, com US$ 9,04.

O comportamento do clima no Meio-Oeste americano continua sendo um dos fatores mais importantes no radar dos traders e indicando condições preocupantes para os produtores locais. O excesso de chuvas compromete a conclusão do plantio da nova safra de soja, atrasa os trabalhos de campo e já começa, segundo explicam especialistas, a comprometer o potencial produtivo das lavouras.

“Com as imagens que podemos observar chegando dos EUA há várias regiões que sofrem com o encharcamento do solo. No caso americano, o milho é uma cultura mais sensível ao encharcamento do que a própria soja, e esse processo diminui o oxigênio do solo  e, consequentemente, há um menor desenolvimento do sistema radicular e uma menor absorção dos nutrientes”, explica o fisiologista Elmar Floss. “Além da lixiviação de nutrientes, especialmente o nitrogênio, o enxofre, o boro, aqueles que têm cargas negativas e que não se prendem ao solo”, completa.

As últimas previsões, no entanto, mostram que o padrão climático excessivamente chuvoso nos EUA deve seguir até o final de junho. Nesta segunda-feira, ainda de acordo com informações do Agriculture.com, foram registradas inundações em Oklahoma e Iowa, onde choveu, nesta madrugada, mais de 76 mm.

Apesar desse quadro e dessas preocupações, o mercado registrou uma reação que chamou a atenção dos analistas e consultores, porém, justificada pela espera pelos novos dados do boletim de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na tarde desta segunda, somente após o fechamento do pregão na CBOT.

Além disso, o mercado sentiu ainda a pressão do dólar mais alto no cenário externo. A atenção, segundo analistas, ainda se volta ao desenrolar da situação da dívida da Grécia e de negociações que pouco evoluem, aos indicativos da economia norte-americana divulgados nesta segunda, bem como as expectativas sobre o futuro da taxa de juros norte-americana. Uma nova reunião do Federal Reserve acontece nesta quarta-feira (17) e se espera um sinal sobre a pauta nesse encontro.

Paralelamente, o mercado internacional da soja encontrou suporte também nos números dos embarques semanais dos EUA que chegaram com o novo boletim do USDA e mostraram um volume acima das expectativas. Na semana que terminou em 11 de junho, os embarques de soja norte-americanos da safra 2014/15 somaram 226,614 mil toneladas, contra 216,810 mil da semana anterior. As projeções do mercado variavam de 80 mil a 190 mil toneladas.

No acumulado do ano comercial, o total de soja embarcada é de 47.410,488 milhões de toneladas, contra 42.465,806 milhões do mesmo período na temporada anterior. O departamento americano estima que, em todo o ano comercial (que só se encerra em 31 de agosto), sejam exportadas 49,26 milhões de toneladas. Entretanto, as vendas de soja pelos EUA , ou seja, o total já comprometido da oleaginosa, já passa de 50 milhões de toneladas.

Ainda nesta segunda-feira, os traders em Chicago receberam também o reporte mensal da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA (NOPA) com números sobre o esmagamento de soja em maio, quando foram processadas 4,039 milhões de toneladas.

O número é menor do que o registrado no mês anterior, quando foram esmagadas 4,091 milhões de toneladas, porém, significativamente maior do que o registrado em maio de 2014, quando o processamento foi de 3,506 milhões. No acumulado do ano comercial 2014/15 os Estados Unidos já processaram um total de 36,894 milhões de toneladas de soja.

 

Mercado Interno

No Brasil, o dólar retomou parte de sua força somente no final do dia e não contribuiu muito para a formação das cotações no mercado interno. Assim, tanto no interior do país, quanto nos principais portos de exportação os preços não mostraram muitas oscilações. A moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,3% para R$ 3,1273, após uma mínima na sessão de R$ 3,09.

Em Paranaguá, a soja disponível encerrou o dia com R$ 67,80 e alta de 0,44%, e a futura caiu 0,71% para R$ 69,50 por saca. No terminal de Rio Grande, os valores ficaram em R$ 68,00 e R$ 71,50, respectivamente, com baixa de 0,42% para o produto da safra 2015/16.

“O câmbio tem sido o fator preponderante no momento, com muita volatilidade, mas ainda conseguindo se manter acima dos R$ 3,00 e acredito que essa deva ser a tendência ainda para essa semana. E com um dólar em alta, há expectativas de que tenhamos um bom ritmo de exportações, principalmente no segundo semestre”, explica o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Ribeiro.

De acordo com informações do Cepea,  os preços da soja no mercado brasileiro também de balcão e lotes, neste mês de junho, se mostram praticamente estáveis e, para este período de entressafra que chega nos próximos meses, há uma possibilidade de sustentação de patamares importantes. Entretanto, a instituição acredita que a projeção de uma safra ainda maior no Brasil – de 96 milhões de toneladas, segundo a última projeção da Conab – poderia ser fator de pressão para as cotações.

” Ao serem tomados como base os valores de contratos de exportação, em dólar, observa-se tendência de alta para os próximos meses. Na primeira semana de junho, o ritmo das exportações de soja foi ainda maior que o de maio, quando os embarques foram recordes”, informou o Cepea nesta segunda.

Fonte: Notícias Agrícolas

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