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Com suporte da demanda, soja fecha sessão desta 2ª feira com ganhos de mais de 4 pts na CBOT

A sessão desta segunda-feira (16) foi de ligeiras altas aos preços futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante o pregão, as principais posições da oleaginosa ampliaram os ganhos e fecharam o dia com valorizações de mais de 4 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,59 por bushel.

De acordo com informações do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado operou ao longo dia de forma técnica, bem próximo do patamar de suporte de US$ 8,50 por bushel. “Durante a sessão, as cotações até tentaram furar esse nível, mas os dados que surgiram como a venda de 180 mil toneladas de soja para a China, ajudaram um pouco, assim como os embarques americanos que vieram positivos. O que acabou quebrando esse movimento técnico de baixa e as cotações fecharam o dia com leves ganhos”, completa.

O boletim de embarques semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foi divulgado nesta segunda-feira. Na semana encerrada no dia 12 de novembro, os EUA embarcaram 2.160,990 milhões de toneladas. O volume ficou ligeiramente acima das apostas dos investidores, entre 1.900 e 2.100 milhões de toneladas.

Já na semana anterior, o número projetado pelo departamento ficou em 2.026,509 milhões de toneladas. Com o volume anunciado, os embarques de soja norte-americanos já totalizam, no ano comercial, 16.200,650 milhões de toneladas, contra as 16.624,873 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.

Além disso, a China também adquiriu cerca de 180 mil toneladas de soja dos Estados Unidos. O volume comercializado deverá ser entregue na temporada 2015/16.

Paralelamente, o volume de soja processada nos EUA em outubro ficou em 4,32 milhões de toneladas, conforme dados divulgados pela NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA). Apesar de o volume ter ficado dentro das estimativas dos investidores, o número ficou bem acima do mês anterior, de 3,45 milhões de toneladas.

Por outro lado, as atenções dos participantes do mercado permanecem no plantio do grão na América do Sul. No caso do Brasil, a evolução da semeadura da soja no Mato Grosso foi destaque no cenário internacional. Em todo o país, pouco mais de 61% da área destinada à oleaginosa nesta temporada já havia sido cultivada até a semana anterior, conforme dados das consultorias privadas.

“No Brasil, tivemos uma notícia negativa na noite da última sexta-feira. No Mato Grosso, os produtores avançaram com a área semeada que chegou a 83,7%, de acordo com informações do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período do ano anterior, o plantio estava completo em 84,1% da área projetada. Já na semana passada, em torno de 61% da área havia sido plantada, contra 66,9% registrado no mesmo período de 2014”, disse o economista Kevin McNew, em entrevista ao site AgWeb.

Já em relação à safra americana, os produtores caminham para a finalização da colheita. A perspectiva é que o departamento indique a colheita completa em 97% da área semeada nesta temporada. Na semana anterior, cerca de 95% da área plantada havia sido colhida. O USDA atualiza os números no final da tarde desta segunda-feira.

Mercado interno

Mesmo com o movimento positivo em Chicago, os preços da soja recuaram em Paranaguá. A saca disponível fechou a segunda-feira (16) a R$ 81,00 e ligeira queda de 0,61%, já a saca para entrega em maio/16 encerrou a R$ 73,00 e perda de 1,35%. Já no Porto de Rio Grande não houve referência para as negociações nesse início de semana.

Os preços acabaram acompanhando o dólar, que finalizou a sessão com queda de 0,37% e cotado a R$ 3,8185 na venda. Durante o dia, a moeda norte-americana chegou a subir 1,75% e chegou a R$ 3,8621. No pregão, o câmbio foi influenciado pela postura cautelosa dos investidores frente aos ataques em Paris, a situação política e econômica no Brasil e a expectativa de elevação da taxa de juros nos EUA.

Os analistas ressaltam que as vendas seguem de maneira bem pontual e o foco dos  produtores é o plantio do grão. De acordo com dados do Cepea, os produtores estão focados no clima e ao aparecimento de pragas e doenças nas lavouras recém-cultivadas. As chuvas têm beneficiado o avanço do cultivo nas diferentes regiões produtoras, mas também já tem resultado em aparecimento de doenças.

Conforme boletim do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, novas áreas de instabilidade irão provocar chuvas ao longo dessa semana em grande parte das regiões produtoras do país. A região do Matobipa também voltou a receber precipitações nesse final de semana.

“Mas é fato que, com exceção do Rio Grande do Sul, essas chuvas, em sua maioria, virão na forma de pancadas e com isso, uma ou outra localidade poderá registrar volumes baixos ou até mesmo a ausência. Até porque esse sistema chuvoso irá estar mais concentrado sobre a metade leste do Brasil, assim, fazendas localidades na faixa oeste do Mato Grosso e em Rondônia poderão ter chuvas muito mais irregulares ao longo dessa semana”, explica o agrometeorologista.

Exportações brasileiras

No acumulado de novembro, as exportações de soja ficaram em 879,9 mil toneladas, com média diária de 97,76 mil toneladas. Em relação ao mês anterior, a média representa uma queda de 20,9%. Ainda assim, os embarques renderam ao país uma receita de US$ 335,5 milhões, com média diária de US$ 37,27 milhões. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Fonte: Notícias Agrícolas

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