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Demutran divulga relatório de execução do Projeto de Prevenção à vida – Sentido Binário em Chapadão do Sul

O trânsito de Chapadão do Sul está passando pela maior transformação da sua história, com a implantação do Sistema Único das ruas, melhorias nos viadutos, entre várias outras intervenções.

Na semana passada, o Departamento Municipal de Trânsito divulgou um amplo relatório de execução do Projeto, com as todas as ações tomadas e os objetivos alcançados.

Veja abaixo o relatório completo:

PROJETO DE PREVENÇÃO A VIDA – SENTIDO VEÍCULAR “BINARIO”

A implantação de mudança da sinalização das vias urbanas do município de Chapadão do Sul sugere melhores condições de tráfego com o sentido ÚNICO de circulação dos veículos e condutores de modo geral, tendo como justificativa o grande numero de veículos no perímetro urbano.

Estudo recente do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), do Governo Federal aponta que o trânsito se transformou em um problema de saúde pública, com custos elevados. Ao todo, o Brasil gasta entre 2% e 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) com acidentes de trânsitos.

Diante das inúmeras situações que ocorrem diariamente no trânsito devido ao mau comportamento dos condutores de veículos automotores, surge a necessidade de mudança. Esta mudança está alicerçada em três diretrizes básicas que caracterizam as ações e atividades que devem ser adotadas para que o trânsito possa fluir com segurança: EDUCAÇÃO, ENGENHARIA, ESFORÇO LEGAL (legislação, justiça e policiamento). No mundo educacional é conhecido como Tripé do Trânsito.

Estatisticamente, conforme IPEA, são cerca de 80 mil mortes e 343 mil feridos em consequência de acidentes de trânsito ao ano no Brasil, ocupando a triste realidade de 48% dos leitos hospitalares. Estes números ainda não retratam a nossa realidade, devido ao fato de não serem computadas as mortes após as 24 horas do acidente, o que aumentaria ainda mais este percentual, causando ao País o prejuízo anual de cerca de 2,4 bilhões de reais. Não podemos deixar de fora as pessoas que levam consigo as marcas e consequências do acidente, tornando-se muitas vezes portador de algumas limitações físicas ou até mesmo inválidas o que onera o tratamento, o apoio psicológico e financeiro, além dos prejuízos materiais.

E por causa desses fatos e números assustadores, na tentativa de se reverter ou amenizar a triste estatística de trânsito em nosso País, o Estado de Mato Grosso do Sul faz parte de um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) em reduzir os acidentes de trânsito até 2020. Chapadão do Sul não foge à regra dos acidentes e mortes, apesar de ser um município de pequeno porte, porém, carente de mudanças e melhorias no trânsito.

A nossa abordagem em Mato Grosso do Sul é justificada através da realidade presenciada na Santa Casa de Campo Grande (SCCG), o lugar onde o drama individual supera o desafio coletivo, com uma média ao mês de 5.412 atendimentos, sendo que destes, 3.417 são acidentes de trânsito, ocupando cerca de 78% do setor de Ortopedia e Traumatologia  e onde 63% são oriundos do interior do Estado.

Chapadão do Sul, por estar localizado em uma região agrícola, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado e renda per capita também, não fica de fora das estatísticas de trânsito. Uma vaga, chamada ZERO, de uma vítima de acidente automobilístico em nossa cidade custa em média ao poder público R$ 32.340, sem contar o tempo de recuperação desse acidentado. É visto pela maioria dos políticos como algo em segundo plano e, consequentemente, o poder público não consegue atender o coletivo, gastando fortunas com o individuo ficando a mercê.

E aí surgem as grandes perguntas: Quantos hospitais têm no Estado todo? Quantos atendem à emergência e não encaminham seus pacientes para a capital? Por que as secretarias de saúde e outros órgãos responsáveis não conseguem fazer uma triagem desses acidentados até seu restabelecimento físico?

Estas respostas aumentariam ainda mais os dados apontados. Tendo como consequência uma  infeliz realidade, onde os envolvidos, para não dizer “vítimas”, que muitas vezes tem idade entre 16 e 30 anos, no auge de seu vigor físico e emocional, têm suas famílias destruídas por uma ação errada.

Ainda precisamos considerar que a Lei Municipal nº 739/2009 de 29.10.2009 autoriza a reordenação do sistema viário no perímetro urbano de Chapadão do Sul, sob a responsabilidade DEMUTRAN, por meio do sistema binário, com a implantação de mão única em diversas vias públicas da cidade.

A necessidade de reordenação do trânsito local foi baseada em estudo técnico sobre movimentação de veículos, ciclistas e pedestres nas vias públicas da cidade e na constatação de que algumas ruas não comportam o estacionamento de veículos ou a circulação em duplo sentido. E tem por objetivo desafogar o trânsito nas vias de grande circulação de veículos e garantir a segurança dos pedestres e motoristas, evitando possíveis acidentes.

A Lei Federal nº 12.587/2012 institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, a qual tem por objetivo contribuir para o acesso universal a cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana.

De acordo com a Lei Federal nº 12.587/2012: Art. 5o  A Política Nacional de Mobilidade Urbana está fundamentada nos seguintes princípios:  I – acessibilidade universal; II – desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais; III – equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo; IV – eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano; V – gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana; VI – segurança nos deslocamentos das pessoas; VII – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e serviços; VIII – equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros; e IX – eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana.

PESQUISA LOCAL

Após seis meses de estudo e pesquisas nas vias publicas de nossa cidade, trabalho este feito pela equipe do DEMUTRAN e com o trabalho voluntário Adão Marino Marchi e patrocinador da parte artística dos projetos “desenhos e plotagens”, fazendo levantamento baseado nos pontos causadores de acidente apontados pelos “BO”, Boletins de Ocorrência, emitido pela policia militar. Além disso, fizemos um levantamento de informações dos moradores em torno dos cruzamentos e região, para saber as verdadeiras causas por tantos acidentes no mesmo local. Além de ter feito um levantamento dos órgãos de saúde e profissionais “médicos”, posterior a este trabalho feito em toda a cidade, partimos para montar o projeto e sentidos das vias, e mesmo assim levamos mais três meses de elaboração e questionamento com moradores desses locais, dos quais nos orientamos dessas informações para chegar à conclusão do melhor sentido para amenizar estes acidentes, e assim foi feito, tentando eliminar os pontos de cruzamentos frontal dos veículos, e consequentemente eliminar este conflito de disputa por espaço.

Sendo assim elaboramos o mapa viário. Com estas informações montamos os sentidos das vias eliminando os pontos de cruzamento frontal. Nem uma via pública foi feita aleatoriamente e sim com critério de fluxo, de acordo com tipos de veículo que por ela circula, direcionando por diminuir o possível congestionamento nos cruzamentos e nos viadutos, o qual passaria a ter ilhas em seu acesso, eliminando as conversões à esquerda, além da construção de faixas elevadas para pedestres nas vias de acesso aos viadutos e colocação de corrimão de proteção dos pedestres ligando uma faixa elevada à outra.

Pós-sinalização, revisamos os mesmos pontos modificados pelo novo sistema viário do projeto e definição de sentido, anotando dados dos acidentes, no período de 30 dias, observando o trânsito e colhendo informações dos possíveis acidentes. E aí damos exemplos: Nos cruzamentos da Av. Rio Grande do Norte com Rua Campo grande e Rua Guarapuava, Rua Campo Grande  com Av. Mato Grosso do Sul, Campo Grande com Campo Bom, Rua Caracol com Rua Paranaíba, Av. Goiás com Campo Bom, tivemos as informações de redução media 73% dos acidentes e ao longo da Av. Goiás com as demais vias, houve uma redução significativa no que diz respeito à região do Centro, à Rua Cinco onde não tivemos acidentes e ainda ao longo da Av. Onze, Rua Vinte Três, Rua Vinte Cinco tivemos uma redução considerável. Na Rua Dez os ônibus de transporte Escolar farão o desembarque e embarque ocupando uma quadra inteira, local mais seguro para os alunos das duas escolas. Já sinalizado onde as duas Escolas abrirão o portão de acesso assim ficou uma rua só, ficando fora da Avenida Oito e do movimento do comércio. Já no bairro Esperança não tivemos informações de acidentes. Quanto aos dois viadutos não tivemos informações de acidentes, mesmo no período de construção das ilhas.

No período de implantação houve um aumento dos acidentes “colisão”, considerando o transtorno causado pela mudança do sistema viário, dada à confusão dos condutores de veículos motorizados, embora não foi registrado atropelamentos no decorrer da execução das obras do novo sistema viário de sentido único “binário”.

Voltando aos órgãos públicos de saúde obtivemos a grata surpresa da grande diminuição nos atendimento com vitima de acidente de trânsito, diminuindo em media 63% e segundo os dois médicos Ortopedias que mais atende as vitimas de acidente automobilístico, houve uma redução média de 58%. Já por parte dos atendimentos do corpo de bombeiros uma redução em media de 76%. Ressaltando que a fiscalização e acompanhamento da Policia Militar foi fundamental em todo sistema.

Quanto ao veículo de porte grande, sendo articulado ou não, foi destinado o lado esquerdo da Av. Brasil, sentido norte, e Av. Dois, sentido sul, nas margens da Rod MS 306. Já Av. Trinta Três lado direito da via sentido oeste com sinalização horizontal, faltando a vertical.

A categoria dos caminhoneiros foi umas das que não conseguimos reunir, em nenhuma etapa de elaboração e execução do projeto. Sentimos que não houve interesse dos mesmos, uma vez que foi feita a divulgação nos meios de comunicação, rádio, telefone e mídia eletrônica, pedindo ajuda da categoria em busca de uma solução ou alternativa para os estacionamentos nas vias urbanas, as quais ficaram com dois metros e meio, destinado para estacionamento com sinalização horizontal, consequentemente esse tipo de  veículo, ao estacionar, estará ocupando a pista de rolagem veicular.

Quanto ao Projeto das ciclovias, ficará a cargos dos gestores futuros colocar em prática ou não. O projeto piloto foi encaminhado ao escritório da Senadora Simone Tebet em Brasília, junto ao setor de projetos, através de emendas parlamentares com cópia ao Ministério das Cidades.

Fica nosso alerta para a classe política quanto às mudanças nos sentidos das vidas daqui para frente em decidir a volta em sentido duplo, pensar na vida e nos números citados acima lembrando que os interesses pessoais não devem superar os coletivos.

Apresentação dos dados estatísticos do ano anterior e do ano de 2016.

*** ACIDENTES TRÂNSITOS: NÚMEROS COMPARATIVOS DA 4º CIPM – Chapadão do Sul ***

MESES QUANTIDADE

ACIDENTES

MESES QUANTIDADE

ACIDENTES

+ OU – PERSENTAGEM

 

JANEIRO DE 2015 25 JANEIRO DE 2016 17 QUEDA 32,0%
FEVERERIO DE 2015 15 FEVERERIO DE 2016 15 ESTÁVEL  
MARÇO DE 2015 28 MARÇO DE 2016 22 QUEDA 21,0%
ABRIL DE 2015 25 ABRIL DE 2016 30 AUMENTO 20,0%
MAIO DE 2015 31 MAIO DE 2016 13 QUEDA 58,0%
JUNHO DE 2015 32 JUNHO DE 2016      
JULHO DE 2015 21 JULHO DE 2016      
AGOSTO DE 2015 28 AGOSTO DE 2016      
SETEMBRO DE 2015 23 SETEMBRO DE 2016      
OUTUBRO DE 2015 19 OUTUBRO DE 2016      
NOVEMBRO DE 2015 17 NOVEMBRO DE 2016      
DEZEMBRO DE 2015 22 DEZEMBRO DE 2016      

 

Obs: Maio/2016 Já estava completa a sinalização viária tanto vertical quanto horizontal da parte licitada e nenhum acidente nos Viadutos.

Apoio Técnico: Projetista, Orçamentista e Fiscal do DENTRAN-MS da sinalização viária urbana, “viadutos”, Engenheiro Civil Sr. Alexandre Augusto Hokama.

Empresa Executora: Interface Engenharia e Serviço Técnico, de Campo Grande – MS.

Base de pesquisa

Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Médicos Especialistas, Secretaria de Saúde, Hospital Municipal de Chapadão do Sul e população de modo geral, apontando os locais mais críticos.

Meios Eletrônicos:

chapadensenews.com.br, jovemsulnews.com.br, ocorreionews.com.br, diariochapadense.com.br, e chapadaodosul.ms.gov.br, “oficial”, ambos de Chapadão do Sul

Rádio Cultura 97,3, fazendo uma campanha nos jornais e programas de entretenimento.

 

Chapado do Sul – MS; 30 de Maio de 2016.

 

Adão Marino Marchi – voluntário

José Vicente de Freitas – Diretor DEMUTRAN

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