A Campanha Bicicleta Segura, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), chama a atenção para o Dia do Ciclista, comemorado nesta segunda-feira (19). A campanha visa a orientar as pessoas na prevenção de lesões em acidentes envolvendo bicicletas. O número de acidentes com ciclistas custa mais de R$ 14 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS), informa Cohen, presidente da Sbot.
A prática do ciclismo, motivada pelo baixo custo, rapidez, praticidade, saúde e preocupação ambiental. Por outro lado, pelo fato de as cidades, em sua maioria, não terem estrutura para o ciclismo e também porque as pessoas não têm orientações para entender a bicicleta como um esporte, a atividade pode acabar trazendo problemas.
Para evitar que fraturas e outras lesões aconteçam, a entidade recomenda que os ciclistas se protejam, tomem cuidado e andem em lugares adequados, com bicicletas também adequadas.
As principais causas de acidentes são embriaguez de motoristas de automóvel, desrespeito às leis de trânsito e bicicletas no mesmo espaço que outros veículos.
Motoristas
A campanha não se prende apenas ao ciclista. Indiretamente, é mais importante para o motorista de automóveis, ônibus e caminhões, porque os acidentes graves que ocorrem nas cidades são principalmente causados por esses condutores de veículos. A campanha visa a estimular a população a agir com cidadania e segurança. Entre as recomendações feitas pela Sbot aos ciclistas estão o respeito às leis de trânsito; o uso das ciclovias, quando existe; o cuidado ao passar por carros estacionados; a circulação sempre do lado direito da via, próximo ao meio-fio e no mesmo sentido dos veículos. Além disso, respeito, atenção e prevenção são palavras-chave para quem usa a bicicleta diariamente, lembra a entidade.
As dicas de segurança incluem equipamentos (usar sempre capacete, luvas e óculos); iluminação (usar sempre luz branca na frente e vermelha atrás); velocidade (andar em uma velocidade compatível à via); não ultrapassar o sinal vermelho; usar sempre calçados fechados para pedalar; e seguir a orientação ergonômica para evitar possíveis problemas no joelho.
Chapadão do Sul
Chapadão do Sul (MS), durante o ano todo, especialmente no “Maio Amarelo” e “Semana Nacional do Trânsito”, promove vários eventos ciclísticos com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre os cuidados básicos que, motoristas, pedestres e ciclistas devem ter e, ainda, chamar a atenção para o alto índice de mortes e feridos no trânsito.
Somente no primeiro semestre deste ano, segundo o Corpo de Bombeiros, Chapadão do Sul já registra 34 acidentes de trânsito envolvendo ciclistas. Um número, de certa forma, elevado, levando-se em consideração a quantidade de bicicletas em circulação em relação aos demais veículos.
“Estamos experienciando um aumento no número de acidentes de trânsito, de todos os tipos, aqui em Chapadão do Sul. Desde a queda de bicicleta às colisões e capotamentos. Temos identificado constantemente a imprudência dos condutores como fator preponderante aos acidentes”, disse o Capitão Eduardo Rachid Teixeira, se reservando ao direito de não apontar quais são os que mais erram, porém, complementando que acidentes relacionados à ingestão de álcool também continuam em alta.
Para o empresário Edson Oscar da Rosa, Chapadão do Sul precisa e muito de um sistema de ciclovias. “É o que está faltando no momento, e incentivar a população a usar bicicletas para ir ao trabalho e lazer. A maioria faz duas ou três quadras de carro para ir trabalhar. Além do mais, baratear o custo de “bikes”, reduzindo impostos para que a população mais carente possa usar esse meio de transporte”, salientou o empresário.
“Seria muito importante, população em geral, pedestres, condutores e ciclistas, saberem os direitos e deveres no trânsito. Vemos, diariamente, abusos de ambas as partes. Seria de grande valia uma educação de trânsito ou uma campanha direcionada aos motoristas e ciclistas”, opinou Edson da Rosa sobre o alto número de ocorrências no trânsito.
Dia do Ciclista
O Dia do Ciclista é celebrado em 19 de agosto e homenageia o biólogo Pedro Davison, que morreu atropelado em 2006, em Brasília, aos 25 anos de idade, enquanto pedalava no Eixão Sul, via expressa da capital federal, que é fechada ao tráfego de veículos aos domingos para se transformar em área de lazer. A data entrou no calendário oficial do país. Sua aprovação tem o objetivo de estimular o uso da bicicleta, a cidadania e a mobilidade sustentável e plural, além de criar novas oportunidades para promover a educação para a paz no trânsito.
Diário Chapadense / Agência Brasil
