DestaquePolítica

Dilma anuncia 13 ministros para novo mandato; Kátia Abreu assume Agricultura

Depois de muita negociação, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (22) os nomes de 13 ministros para compor seu novo gabinete no segundo mandato e acomodar aliados que a ajudaram nas eleições e também nas votação do Congresso Nacional.

O PMDB, maior partido da base e sigla do vice-presidente da República, Michel Temer, ampliou o número de ministérios de cinco para seis. O partido deixa de controlar o Ministério da Previdência, mas deterá o controle da Secretaria dos Portos e do Ministério da Pesca.

Segundo nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência, entre os nomes indicados está o do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) para a pasta de Minas e Energia e do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) para a Secretaria de Aviação Civil.

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) foi a escolhida para a Agricultura. O deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) assumirá a Secretaria de Portos e o filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Helder Barbalho, foi indicado para o Ministério da Pesca.

Vinícius Lages (PMDB) permanece na pasta do Turismo.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RR), que não terá mandato de deputado no próximo ano e não se elegeu ao governo de seu Estado, era ventilado como um dos possíveis ministeriáveis.

Mais cedo nesta terça-feira, no entanto, divulgou nota afirmando que pediu a Temer para desconsiderar seu nome para o novo gabinete de Dilma até que seja esclarecida a citação de seu nome em delação premiada de investigação da Polícia Federal sobre irregularidades na Petrobras.

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), foi indicado para o Ministério da Defesa, enquanto o ministro Aldo Rebelo (PCdoB) deixa a pasta do Esporte para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia. O deputado George Hilton (PRB-MG) irá substituir Rebelo no Esporte.

O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, sigla que passou a apoiar formalmente a presidente nas eleições deste ano, foi anunciado para o Ministério das Cidades. Já o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), vai para a Educação.

A pedagoga Nilma Lino Gomes assumirá a Secretaria de Igualdade racial, enquanto o secretário-executivo da Casa Civil, Valdir Simão, foi indicado para a Controladoria-Geral da União (CGU).

Dilma passou o dia conversando sobre os indicados, interrompendo montagem de seu novo ministério apenas para participar de confraternização de fim de ano com ministros.

A presidente tratou do assunto com Michel Temer na segunda e ainda nesta terça de manhã, para acertar os últimos pontos do anúncio feito à noite.

Os novos ministros tomam posse no dia 1o de janeiro.

Na segunda-feira, em café da manhã com jornalistas, Dilma disse que iria consultar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para saber se nomes cotados para os ministérios poderiam vir a ser indiciados no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras que teria beneficiado políticos e partidos.

O procurador-geral, porém, negou o pedido do governo para que revelasse os nomes de políticos citados nos depoimentos de delação premiada, informou nesta terça-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. (Reportagem adicional de Leonardo Goy).

A presidente tenta inventar o critério do prontuário para reduzir o índice de criminalidade no primeiro escalão

Em nações adultas, ministros de Estado são escolhidos pelo currículo. No Brasil das molecagens bilionárias, algemado pelo primitivismo do PT, Dilma Rousseff resolveu basear-se no prontuário dos pretendentes para remontar o primeiro escalão. Como informou nesta terça-feira o site de VEJA, anotações antigas não contam. O exame eliminatório se limita a avaliar os barulhos e estragos que podem ser causados pela incorporação à ficha policial de novas delinquências, principalmente se vinculadas ao oceano de bandalheiras envolvendo a Petrobras.

O deputado federal Henrique Alves, por exemplo, era um nome certo na lista dos novos ministros. Deixou de sê-lo pela certeza de que logo estará exposto na vitrine do Petrolão. Dilma insiste em manter nos cargos os pecadores de estimação que já estavam por perto quando o escândalo explodiu ─ teimosia que explica a sobrevivência de Graça Foster. Mas não quer ampliar a procissão de problemas com a nomeação de figuras que, antes da primeira linha do discurso de posse, estarão depondo no noticiário político-policial.

A desastrada tentativa de instituir o critério do prontuário assombrou um país que já não se espanta com nada. Não seria outra invencionice da oposição essa história de que a presidente pediu socorro ao procurador-geral para não elevar mais um pouco a taxa de criminalidade do Poder Executivo? Não seria outra molecagem da elite golpista espalhar que Rodrigo Janot rechaçara a maluquice tilegal? Como acreditar que o emissário designado pelo Planalto fora capaz de murmurar que, nesse caso, a chefe se contentaria com uma relação dos réus iminentes, desacompanhada dos delitos atribuídos a cada um?

Pois foi tudo verdade, confessou no começo da tarde José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e estafeta de Dilma. “Fiz ao Janot a ponderação de que gostaríamos de informações sobre nomes que comporiam a nossa equipe independentemente de qualquer detalhamento”, declamou ao som da lira do delírio. “Mas ele ponderou que não poderia fornecer qualquer tipo de informação a respeito da Operação Lava Jato uma vez que essa questão está sob segredo de Justiça”. Quer dizer: o titular do Ministério ao qual está subordinada a Polícia Federal anda à caça de informações que reduzam o número de colegas criminosos. Um monumento ao surrealismo.

O lote de novos ministros anunciado no fim da tarde avisou que ou Dilma não conseguiu a ‘capivara’ da turma ou desistiu de fingir que agora aprecia ter ao lado gente sem culpa no cartório. No Brasil, excluída a população carcerária, a maior concentração de patifes por metro quadrado está alojada na Esplanada de Ministérios. Se quisesse mesmo combater a corrupção cinco estrelas, bastaria que Dilma reunisse o primeiro escalão, convocasse os diretores das estatais e  desse voz de prisão aos presentes. No segundo seguinte, meio mundo estaria com os dois braços erguidos.

Fonte: Notícias Agrícolas

Mostrar Mais

Notícias Relacionadas

Volta para o botão de cima