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Empresa de celulose com sede em Três Lagoas é alvo de operação da Polícia Federal

Deflagrada hoje na manhã desta segunda-feira (05), em oito estados mais o Distrito Federal, a Operação Greenfield da Polícia Federal tem como um dos alvos a empresa Eldorado Brasil, com sede em Três Lagoas. Foram expedidos 106 mandados de busca e apreensão, 34 de condução coercitiva e sete de prisão temporária.

Os alvos são FUNCEF (Fundo de Pensão de Funcionários da Caixa Federal), PETROS (Trabalhadores da Petrobras), PREVI (Banco do Brasil) e POSTALIS (Correios), além da sede da Eldorado Brasil – empresa do grupo J&F – em São Paulo. Os fundos FUNCEF e PETROS estão entre os controladores da Eldorado Celulose.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, holding que é proprietária de uma das maiores empresas de processamento de proteína animal do mundo, a JBS, foram alvos de busca e apreensão e condução coercitiva. Wesley depôs nesta manhã. Como está fora do país, Joesley não foi levado à PF.

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, também foi levado para depor nesta operação e foi preso novamente pela Operação Lava Jato por tentativa de obstruir os trabalhos da CPI da Petrobras, mas sem relação com a Greenfield.

A PF ainda fez buscas na residência o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em São Paulo. Ele está preso há mais de um ano em Curitiba no âmbito da Lava Jato.

Ao todo, a operação envolveu 38 pessoas jurídicas e 74 pessoas físicas. Entre as empresas investigadas estão Santander, Brookfied, WTorre, a vice-presidência de fundos de ativos da Caixa, Deloitte, GruPar (aeroporto de Guarulhos), Sete Brasil, Rio Bravo, Engevix, IBG Eletrônica (nova Gradiente), HAG Participações (holding da Gradiente) e Invepar.

Outros alvos são a BRAM (Bradesco Asset management) e a BEM DTVM (distribuidora de títulos e valores mobiliários), também do Bradesco, além da massa falida do BVA, LD Consultoria, R.S. Consultoria e Lakeshore.

Buscas foram feitas também na casa do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, no Rio de Janeiro.

Segundo a investigação, a ação é baseada em análise de déficits bilionários dos fundos de pensão. Ainda de acordo com a PF, em 8 de 10 casos analisados foram realizados investimentos de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações).

A Justiça bloqueou bens e ativos de pessoas físicas e jurídicas investigadas no valor de aproximadamente R$ 8 bilhões. Os investigados podem responder por gestão temerária ou fraudulenta, além de outros crimes contra o sistema financeiro.

O nome da operação, Greenfield, remete a investimentos que envolvem projetos incipientes, ainda no papel, como se diz no jargão dos negócios.

A Eldorado disse, por meio de assessoria de imprensa, que não se manifestaria até ter as informações sobre a operação. Também por meio de assessoria, a WTorre informou que “a companhia não teve e não tem nenhuma relação direta com nenhum dos fundos de pensão citados na Operação Greenfield“.

Correio do Estado

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