Estiagem em Mato Grosso do Sul já é a maior em nove anos. Bombeiros alertam para o risco de incêndio

A estiagem, que já dura 50 dias em Mato Grosso do Sul, é a mais longa desde 2008, quando foram registrados 27 dias sem chuva. A previsão é de que continue assim até, pelo menos, dia 6 de agosto. Mas, segundo os meteorologistas, a estiagem pode durar ainda mais, especialmente por conta da situação climática do País.

“O que chamamos de centro de alta pressão, popularmente conhecida como massa de ar, bloqueia o avanço de qualquer sistema que chega do sul do Estado, que se dissipa e vai para o oceano. Enquanto chover no Nordeste, no Centro-Oeste permanece seco”, explica o meteorologista Natálio Abrahão Filho.

A situação é de alerta também por causa da baixa umidade relativa do ar, com mínimas em 15% e máximas de 25%, e das queimadas nas áreas urbana e rural.

O Centro de Proteção Ambiental, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, divulgou relatório dos focos de incêndio registrados de janeiro a julho deste ano, com base em dados do INPE, captados por satélites de referência em Mato Grosso do Sul.

O relatório mostra um aumento de 90 focos em relação ao mesmo período do ano passado. Um crescimento de 6% neste espaço de tempo.

Em Chapadão do Sul, de acordo com informações do Capitão Flávio Elias, o 7º Subgrupamento atendeu, do dia 1º de julho até este momento, 23 casos de incêndios na região.

O Comando do Corpo de Bombeiros em Chapadão do Sul faz ainda um alerta à população para os cuidados, especialmente nesta época de baixa umidade.

Recomenda que terrenos sejam mantidos limpos e sem entulhos e o alerta também se estende à zona rural, com a abertura de “aceiros”, faixas em que a vegetação é retirada para impedir que o fogo de queimadas e incêndios se propague. Os aceiros podem ser feitos para preservar uma área (plantações, residências, estradas, áreas de preservação) antes do incêndio ou para evitar que ele se alastre quando já estiver começado.

Quem quiser ajudar a evitar um incêndio não deve soltar fogos de artifício perto de florestas ou áreas rurais e nem lançar guimbas de cigarro pelas janelas dos automóveis.

Caso seja necessário realizar uma queimada, a orientação é que o dono da propriedade peça autorização para um procedimento controlado.

Lei de Crimes Ambientais – Lei 9.605, de 12/02/1998

Art. 41 – Provocar incêndio em mata e floresta:

Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único: Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano e multa.

Art. 42 – Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios em florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:

Pena: detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 54 – Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa de flora:

Pena: reclusão, de um a quatro anos e multa, ou detenção, de seis meses a um ano e multa.

RELATÓRIO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR – CENTRO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

RELATÓRIO Nº 003, DE 17 JULHO ATÉ 23 JULHO DE 2017

1. TABELA COM FOCOS DE CALOR:

Dados do INPE com base nos focos de calor captados pelos satélites de referência em MS.

Dados até o dia 23/07/17

2. OCORRÊNCIAS ATENDIDAS PELO CBM-MS:

 (Correio do Estado / Redação)