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Golpes pela internet apontam crescimento de mais de 15% no Mato Grosso do Sul

Com promessas de ótima remuneração e baixa carga horária, estelionatários vêm se passando por recrutadores de grandes empresas para aplicar golpes do “falso emprego” em vítimas sul-mato-grossenses. Os crimes, apesar de possuírem variações, seguem o mesmo padrão e visam surrupiar as vítimas e até mesmo utilizá-las para que novos crimes sejam cometidos.

Recentemente, uma mulher, que não será identificada, relatou em suas redes sociais a forma de agir dos criminosos. Em um primeiro momento, foi enviado um e-mail informando que a pessoa teria sido selecionada para uma vaga de emprego e solicitava a entrega de alguns documentos.

Além disso, era disponibilizado um link para que a pessoa realizasse um curso e recebesse um certificado, que deveria ser pago. Os golpes possuem variações, em alguns casos é solicitado o envio de valores simbólicos para concorrer à vaga, quando transferido, o contratante deixa de responder a pessoa.

Ainda existem relatos de pessoas instruídas a recrutar terceiros, fazendo com que o falso recrutador consiga arrecadar novas quantias de pessoas que desejam concorrer às vagas. Levantamento realizado pelo Jornal Midiamax, com dados da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), mostram um aumento nos golpes realizados pela internet no ano de 2022.

De acordo com o delegado de Polícia Civil, Reginaldo Salomão, os crimes todos se enquadram em prática de estelionato, em alguns casos, a prática pode ser enquadrada em estelionato na modalidade crime continuado.

Salomão comenta que crimes desse tipo se tornaram comuns e a burocracia exigida para que as investigações sejam realizadas causam lentidão na identificação dos autores, que aproveitam disso para seguirem enganando outras vítimas. Para ele, a principal saída é a pessoa tentar discernir as propostas reais das fantásticas.

Ele explica que alguns passos devem ser seguidos antes das pessoas realizarem transferências ou repassarem documentos pessoais através da internet. De primeiro, a pessoa deve contatar a empresa através de números disponibilizados em sites oficiais e questionar sobre a veracidade da vaga. “É importante relatar a proposta recebida e saber se a empresa realmente está com a vaga em aberta e recrutando candidatos pelo celular”.

A Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho) orienta o consumidor a se manter atento e não liberar informações pessoais sem ter certeza de que se trata de empresa idônea e, assim, não passar por dissabores.

Falso emprego vira caso de polícia

Ao menos seis vítimas do golpe do falso emprego procuraram a Polícia Civil em Campo Grande em um mesmo dia no mês de maio, após caírem no golpe da falsa vaga de emprego. O anúncio foi feito em grupos de WhatsApp e as vítimas chegaram a transferir valores para a suposta empregadora.

Conforme o boletim de ocorrência, as vítimas viram o anúncio da vaga para auxiliar de laboratório no grupo de WhatsApp e encaminharam currículo. A suposta empregadora então fez contato e pediu PIX de R$ 69,99, para que as vítimas realizassem os exames admissionais.

No dia marcado para o exame, neste sábado, as vítimas foram até a clínica indicada e o local estava fechado. Foi então que descobriram o golpe e procuraram juntas a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.

Aumento de crimes virtuais

Os golpes sofridos em compras na internet aumentaram 15,9% em Mato Grosso do Sul em 2022, indicam os dados da Sejusp. Conforme o levantamento, de janeiro a abril de 2021, foram denunciados 1.197 casos de estelionato e extorsão na internet. No mesmo período desde ano, foram 1.388 casos.

O aumento dos crimes virtuais envolvendo compras aumentou nas cidades do interior, indo de 657 denúncias para 925 neste ano. Na Capital, o crime teve uma redução de 14%: em 2021, em quatro meses, foram registradas 540 denúncias, enquanto neste ano foram 463.

Os dados totais apontam que o ano de 2021 somou 3.377 crimes de estelionato praticados na internet em MS. Enquanto os de extorsão foram 63.

Fonte: Midiamax

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