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JBS demite 600 funcionários de frigorífico desativado em Cassilândia

A JBS demitiu 600 funcionários do frigorífico em Cassilândia,  a 418 quilômetros de Campo Grande. A unidade já estava com as atividades paradas desde o dia 16 deste mês. A situação se relaciona à multa da empresa com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que totaliza R$ 40,2 milhões.

Segundo o presidente do Sindicato dos Funcionários de Frigorífico de Cassilândia, Lúcio Clei, todos os funcionários estão de aviso prévio e a informação passada a ele, pela empresa, é que até o final do mês a JBS deve entregar a planta ao município. “Não há mais corte e desossa. O estoque deve acabar até amanhã (27)”, detalha o presidente. “O sindicato acionou o prefeito e demais políticos para que tentem interceder sobre o fechamento da unidade”, revela.

Com capacidade de abate de 500 cabeças por dia, a empresa é a que mais emprega na iniciativa privada no município com pouco mais de 21 mil habitantes.

As demissões significam que pelo menos 2,7% da população ficará desempregada, o que impactará diretamente na economia do município, que é baseada na pecuária.

 

Histórico – A planta de Cassilândia é administrada comercialmente pela JBS, mas pertence, de fato, à Prefeitura. Antes da JBS, a Rodopa Indústria e Comércio de Alimentos era a empresa que administrava a unidade.

Em 2014, o Cade aprovou Ato de Concentração (fusão de empresas) entre JBS, Rodopa, além da Forte Empreendimentos e Participações. Na ocasião, a JBS locou três unidades de abate e desossa; a de Cassilândia e outras duas no interior de São Paulo e de Goiás, conforme informou o Cade.

O Conselho condicionou a concentração das empresas ao cumprimento de algumas obrigações, como manutenção nas unidades de níveis médios de abates de bovinos pelo período de três anos. Isso não foi cumprido, segundo o Cade.

“O Cade reviu a operação e em outubro de 2016 aplicou multa sobre a JBS e a Rodopa, por descumprimento dos termos do Ato de Concentração”. O valor da multa era de R$ 200 mil cada. O Conselho também determinou algumas condições para que a operação fosse desfeita.

Entre essas obrigações estava a de manutenção de patamares mínimos de produtividade previstos no acordo original, com relação às plantas da Rodopa arrendadas pela JBS. Novamente, as condições não foram cumpridas e novas multas foram aplicadas.

“Ainda em 2017, após essa decisão do Cade, as empresas comunicaram a rescisão imediata do contrato de arrendamento. A rescisão não seguiu os padrões estabelecidos pelo Cade, por isso as empresas foram multadas novamente”, informou o Conselho. Desta vez, a JBS recebeu multa de R$ 40 milhões; e Rodopa e Forte, em 1,6 R$ milhão, solidariamente.

O Cade informou ainda, que as multas estão sendo questionadas judicialmente, mas, por enquanto, não houve nenhuma determinação adicional do Conselho. “No momento, as questões referentes à venda ou devolução de ativos, objeto da operação, não são mais da alçada do Cade”, finalizou.

JBS– A empresa JBS foi procurada, mas disse apenas não que comentará sobre o assunto.

Correio do Estado

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