Saúde

Santa Casa de Campo Grande utiliza, pela primeira vez, um celular para cirurgia no cérebro

Método foi desenvolvido por pesquisadores do Hospital das Clínicas de SP

A Santa Casa de Campo Grande realizou pela primeira vez, nesta terça-feira (3), uma cirurgia cerebral com a utilização de um smartphone. A técnica é nova e o hospital é o segundo a realizar o procedimento no Brasil. De acordo com neurocirurgião da Santa Casa, Newton Loureiro, o método facilita e deixa o procedimento mais barato e rápido.

No caso da cirurgia realizada na Santa Casa, o tempo da operação convencional, segundo o neurocirurgião, seria de aproximadamente três horas. Com a utilização do celular, caiu para menos de dez minutos. “É a melhor técnica. Reduz o tempo de cirurgia, reduz o tempo para infecção e facilita a ergonomia para o cirurgião”, explica.

O método foi desenvolvido por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e começou a ser aplicado no mês passado. Eles adaptaram um smartphone ao endoscópio, instrumento utilizado para observar o interior do organismo.

Segundo o neurocirurgião da Santa Casa, o aparelho de neuroendoscopia, que é utilizado para as cirurgias cerebrais, custa de R$ 200 mil a R$ 300 mil e, no caso da Santa Casa, está parado aguardando manutenção. Com a nova opção, os custos são reduzidos para menos de R$ 5 mil, somente com o adaptador que é utilizado para integrar o endoscópio ao smartphone.

O equipamento foi adquirido pelo neurocirurgião, que colocou em uso pela primeira na Santa Casa em uma paciente de 57 anos, com cisto cerebral. Segundo Loureiro, não é necessário nem aplicativos adicionais para a realização da cirurgia. Somente a instalação do adaptador em um smartphone, que pode de qualquer marca e sistema operacional.

Segundo o neurocirurgião, foi feita uma cirurgia de fenestração (redução de tamanho do cisto) na paciente. A cirurgia era necessária, pois ela apresentava crescimento do cisto e sintomas como crises convulsivas. Além dos casos de fenestração, como o da paciente, o adaptador pode ser utilizado em qualquer procedimento como, aneurisma cerebral, hidrocefalia, cirurgias de coluna, anestesia, endoscopia entre outras.

Durante o procedimento, segundo Loureiro, o cirurgião também é favorecido, pois ele não precisa, por exemplo, virar a cabeça para acompanhar o procedimento no monitor. Ele apenas olha na tela do celular que está diretamente na direção do paciente. O médico também pode transmitir para outra pessoa em qualquer lugar a cirurgia, se usar um aplicativo conectado à internet. Deste modo, outros especialistas podem acompanhar a cirurgia. A expectativa é de que a utilização do equipamento torne-se mais frequente no hospital.

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