Agronegócio

Soja mantém mercado próximo da estabilidade em Chicago e opera com ligeira alta nesta 5ª

Na sessão desta quinta-feira (24), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago parecem dar continuidade às ligeiras altas registradas na sessão anterior e permanecem do lado positivo da tabela. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), as cotações das posições mais negociadas subiam entre 2,75 e 3 pontos com o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, ainda brigando pelo patamar dos US$ 8,60 por bushel.

O cenário para o mercado internacional permanece sem novidades que possam motivar um movimento mais acentuado dos preços. A sazonal pressão da colheita americana é o principal direcionador das cotações e a tendência ainda é de um mercado seguindo um viés de baixa daqui em diante.

Por outro lado, as boas notícias vindas do lado da demanda, com anúncios de vendas de soja dos EUA, principalmente, ainda dão suporte às cotações. Nesta semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já anunciou a venda de 524,5 mil toneladas, sendo 284,5 mil para a China.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Na sessão desta quarta-feira (23), o mercado internacional da soja fechou bem próximo da estabilidade, com algumas ligeiras altas entre os principais vencimentos, que oscilaram entre 1,25 e 2 pontos. Assim, o contrato novembro/15, que é referência para a safra norte-americana, terminou o dia cotado a US$ 8,63, enquanto o maio/16 referência para a safra do Brasil, ficou em US$ 8,75 por bushel.

Ao longo do dia, porém, a oleaginosa chegou a testar altas mais acentuadas e o mercado, como explicou o analista de mercado Flávio França Junior, da França Junior Consultoria, ainda encontra suporte no cenário da demanda. “A demanda vai muito bem, obrigado, e isso deve continuar diante desses patamares mais baixos de preços”, disse.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados unidos) reportou, nesta quarta-feira (23), uma nova venda de soja para a China. Foram 284,5 mil toneladas da safra 2015/16 e o segundo anúncio desta semana. Na última segunda (21), outra venda foi anunciada, de 240 mil toneladas para destinos desconhecidos.

Em visita aos Estados Unidos, o presidente chinês Xi Jinping afirmou, assegurando aos executivos locais, que mantém seus esforços e medidas que possam promover a continuidade da força da economia de seu país, o que também foi recebido pelo mercado. Nos próximos dias, como informou o portal internacional Farm Futures, os negócios para a compra de soja pela nação asiática nos EUA devem ser anunciados.

No entanto, França afirma ainda que a tendência segue negativa para as cotações, uma vez que a pressão do avanço da colheita nos Estados Unidos persiste e a chegada da nova safra norte-americana exerce um efeito psicológico bastante negativo sobre a formação dos preços. E isso acontece mesmo com produtores norte-americanos segurando suas vendas diante desses níveis de cotação e preocupados com a forte valorização do dólar, principalmente frente ao real, o que deixa a soja brasileira mais competitiva frente à norte-americana.

“O mercado internacional não tem um viés para grandes altas agora. Não há perspectivas para um avanço enquanto ainda houver esse momento de safra (dos EUA) no mercado internacional e não vai haver enquanto não chegar uma notícia nova que possa mudar esse quadro”, explica França.

Além disso, o Meio-Oeste americano conta ainda com boas condições de clima para que os trabalhos de colheita avancem de forma significativa nos próximos dias. As últimas previsões do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, afirma que esta semana deve ser de tempo mais seco e apenas algumas chuvas pontuais na região de Iowa. Com isso, as expectativas de uma boa produtividade de soja seguem aumentando com os relatos que começam a chegar dos campos.

Mercado Brasileiro

Nesta quarta-feira, dia de novas altas também para o dólar. Depois de operar durante toda a sessão em campo positivo, a moeda norte-americana puxou ainda mais no final dos negócios para encerrar o dia com o maior valor de todos os tempos: R$ 4,1461, subindo 2,28%. Na máxima, a divisa foi a R$ 4,1517. Nem mesmo a pesada intervenção do Banco Central foi suficiente para limitar o avanço.

O quadro, inevitavelmente, influenciou diretamente a formação dos preços no Brasil que, nesta quarta-feira, registraram níveis recordes e protagonizaram os melhores momentos do ano. Em Rio Grande, onde ao longo do dia foram registrados valores de R$ 88,50 a R$ 89,00 por saca, o preço médio da soja disponível ficou em R$ 87,50, com alta de 2,34%. Em Paranaguá, R$ 84,00 e ganho de 2,44%. Os valores para a safra nova acompanharam. No terminal gaúcho manteve os  R$ 85,00, mas em Paranaguá a cotação foi a R$ 83,00, subindo 0,61%.

No interior do país, os ganhos foram ainda mais expressivos. Segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícola junto ao centro de pesquisa Biomercado, da Universidade Federal de viçosa, a média de preços nos principais estados produtores subiu nesta quarta-feira. Em Goiás, por exemplo, o avanço foi de 10,61% para R$ 73,00 por saca. Em Mato Grosso do Sul, alta de 0,73% para R$ 69,15 e no Paraná de 0,24% para R$ 70,50. Já segundo o Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o preço subiu 2,56% para a saca ser cotada a R$ 80,00.

Os negócios, entretanto, estão travados. O elevado grau de especulação e as expectativas de um dólar ainda mais alto faz com que os produtores, que nesse momento enxergam a soja também como um ativo financeiro, segurem sua oferta à espera de valores ainda mais altos.

Fonte: Notícias Agrícolas

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