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Morre em Passo Fundo, aos 69 anos, a cantora gaúcha Berenice Azambuja

Morreu na noite desta quinta-feira (3), no Hospital São Vicente de Paula, em Passo Fundo (RS), a cantora, acordeonista e compositora Berenice Azambuja, aos 69 anos. Berenice lutava há tempos contra um câncer no pâncreas e morreu vítima de uma parada cardíaca.

No início de abril a cantora havia se recuperado da Covid-19 após vários dias internada e saiu do hospital de Tapejara, no norte do Rio Grande do Sul, cantando e tocando sanfona, a sua marca registrada.

Nascida em Porto Alegre, em 21 de março de 1952, foi cantora, compositora e instrumentista brasileira de música nativista gaúcha. Seu maior sucesso é a canção É Disto Que o Velho Gosta, do álbum Romance de Terra e Pampa, de 1980, composta junto com Gildo Campos. Berenice teve gravado entre CDs e vinis 17 discos e um DVD.

 

 

Em 2019 Berenice Azambuja abriu os festejos da 33ª Semana Farroupilha do CTG Cultivando a Tradição, em Chapadão do Sul (MS), com um grande show que encantou a todos.

Na época a cantora foi homenageada pela família do Comendador e Patrono do CTG Cultivando a Tradição, Júlio Alves Martins (in memoriam), com um belíssimo quadro do Brasão do Rio Grande do Sul todo confeccionado em pedras semipreciosas.

Sua biografia

Berenice Azambuja nasceu em 21 de março de 1952 no bairro Partenon em Porto Alegre, filha de Pedro Paulo de Azambuja e Ernestina da Conceição Azambuja. Cresceu no meio artístico (o pai era violinista e a mãe artista circense) e com uma tia próxima aprendeu a tocar acordeão ainda criança. Aos 7 anos ganhou sua primeira acordeona e entrou no conservatório de música, se formando aos 11 anos em teoria e solfejo. Foi aos 11 anos de idade que se apresentou no programa infantil “Clube do Guri”, acompanhando no acordeão a cantora Elis Regina, na época também criança. Com 12 anos se formou em acordeão, com 14 fez curso de aperfeiçoamento e, aos 15, curso superior de música. Quando ia entrar para o curso de maestrina parou devido as viagens junto com os conjuntos de baile, onde se apresentava como menina prodígio que cantava e tocava.

Foi na sua juventude que ela adotou o chiripá, típico traje masculino gaúcho, para se apresentar. Usar vestido de prenda dificultava os movimentos com o acordeão, além de que esta era desconfortável, com sua saia de armação e exigindo o uso de salto alto. Assim, a mãe de Berenice fez um chiripá para mulher, onde os bordados eram voltados para a frente em vez de para trás, como é no chiripá masculino tradicional, parecendo uma sainha. Atualmente a peça adaptada é amplamente difundida entre as mulheres que frequentam o meio tradicionalista, assim como outros elementos que foram estilizados para atenderem ao público feminino, como a bombacha, o cinto e o lenço.

Além de tocar em conjuntos de música regionalista Berenice durante um tempo participou de um grupo de jovem guarda chamado As Brasas, As Carecas, junto com a cantora Yoli Planagumá. Esse grupo era formado só por mulheres jovens e todas as integrantes, excetuando ela, haviam raspado a cabeça. Durante a apresentação elas usavam perucas e no ponto alto da apresentação rapazes da platéia eram chamados para tirar as perucas exibindo assim as carecas das cantoras. Berenice encerrava o show com o seu acordeão vestida de gaúcho.

Em 1975 aos 23 anos grava Fogo de Chão, seu primeiro disco, acompanhada do grupo Os Açorianos. Durante a mixagem deste, ela assinou o contrato com a gravadora Continental para gravar o primeiro disco solo, Gauchinha Faceira, em 1976. Em 1980 lança o disco Romance de Terra e Pampa com o seu grande sucesso “É disto que o velho gosta”, composta junto com Gildo Campos em homenagem ao seu pai. Esse sucesso foi um marco em sua carreira, projetando ela nacionalmente. A música foi regravada em 1985, por Sérgio Reis, e em 1996, por Chitãozinho & Xororó.

 

Discos

1975 – Fogo de Chão (com o grupo Os Açorianos)

1976 – Gaúchinha Faceira – Continental

1978 – É o Sucesso – Continental

1979 – Canto Para Mil Querências – Continental

1980 – Romance de Terra e Pampa – Continental

1981 – Tropeada da Vida – Continental

1983 – Canto da Terra – Continental

1984 – Berenice Azambuja – Vol. 8 – Continental

1986 – Xote Largado – Continental

1989 – No Jeitinho Brasileiro – Chantecler

1992 – Berenice Azambuja

1995 – Um Pedaço do Meu Pago – ACIT

1998 – Chimarrão e Água de Côco – ACIT

1999 – Mulher Quartuda – ACIT

2003 – Quem Tá Mandando é a Mulherada – USA Discos

2008 – Dançando Num Saravá – USA Discos

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